Tudo começa com a casa. A casa é nosso refúgio da vida, nossa segurança do mundo, o espaço em que convivemos com quem amamos, é onde depositamos nosso afeto. Nossa casa é nosso primeiro direito como cidadãos e cidadãs. O direito a uma casa adequada é o que garante uma vida com saúde, educação, segurança, conforto, alimentação, comunidade que vivemos e a várias outras oportunidades que nos permitem desenvolver como cidadãos e cidadãs.

Mas o direito não é garantido. Nem todos têm uma casa ou espaço adequado para viver. No Brasil, esse grupo é de 11 milhões. Outros 100 mil brasileiros estão em situação de rua. 77% deles estão em municípios com mais de 100 mil pessoas, mostrando o como a falta de moradia é um problema das áreas urbanas – região onde vive 87% da população brasileira.

Toda esta situação ainda poderá se agravar já que até 2025, 440 milhões de famílias mundialmente estão ameaçadas financeiramente pelo aumento de custos com moradia. Até 2050, a projeção é que mais 2,5 bilhões de pessoas vivam em cidades.

A expansão de moradias adequadas nos centros urbanos, portanto, não é apenas inevitável, é crucial e urgente. Para isso, as cidades não podem ser “uma aglomeração de casas”, mas “uma concentração de oportunidades”. Programas de moradia precisam não só suprir as deficiências e necessidades já existentes, mas também garantir o direito à cidade e moradia.

É nítido que todo o caminho para a prosperidade de uma casa, de um indivíduo, de uma família de uma cidade começa com a moradia adequada. As cidades não podem mais ser “o lugar dos desencontros”, mas sim o “lugar dos encontros”, de prosperidade e de esperança.

O Mapa da Moradia pretende servir de fonte para gestores públicos, profissionais das áreas de habitação, construção e urbanização construírem novas e melhores soluções para buscarmos a superação desse cenário.

Duda Alcantara é arquiteta urbanista, diretora executiva do Instituto Vivenda, que atua pela redução do déficit habitacional qualitativo no Brasil. Formada pela FAAP, coordena a Comissão Parlamentar do CAU/SP. É Líder RAPS, aluna Renova Br, mentora na Escola de Impacto e jovem Global Shapers, reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial. Trabalhou 8 anos no mercado imobiliário e em projetos sociais no setor de habitação. É especialista em Economia Urbana e Gestão Pública pela PUC, especialista em Regulação Urbana pela FAU/USP e aluna de Public Policy da Georgetown University em Washington, DC.

Camila Jordan é diretora executiva da TETO Brasil, organização que envolve centenas de jovens voluntários e moradores de comunidades precárias pela superação da pobreza. Quando em NY, trabalhou com inovação no setor público num think tank de políticas públicas em habitação e foi diretora de um projeto piloto de habitação social da Prefeitura de NY. É formada pela Universidade Nova de Lisboa em Engenharia Ambiental e mestre em Administração Pública com foco em políticas urbanas e habitação pela Universidade de Columbia, NYC.